Salacia (2024) Картина - Pedro Ildo

A Fábula do Convento e da Fonte da Máscara
Há muitos anos, na antiga cidade de Braga, existia um convento chamado Recolhimento de Santa Maria Madalena, mais conhecido como Convento das Convertidas. Este convento, erigido pelo piedoso Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles, era um refúgio para mulheres que buscavam uma nova vida, afastando-se dos erros do passado e encontrando paz e redenção.

No coração do convento, havia um belo jardim onde as irmãs cultivavam flores e meditavam em silêncio. No centro deste jardim, destacava-se uma antiga fonte, construída em 1857, adornada com uma enigmática máscara esculpida em pedra. Esta fonte tinha poderes mágicos, conhecidos apenas pelas irmãs do convento.

A lenda dizia que a máscara na fonte representava uma guardiã mística, uma antiga deusa das águas chamada Salacia, que havia sido transformada em pedra para proteger o convento e suas moradoras. Salacia era conhecida por sua sabedoria e capacidade de purificar não apenas a água, mas também as almas daqueles que se banhavam nas suas águas cristalinas.

Conta-se que, todas as noites de lua cheia, Salacia ganhava vida por algumas horas. Ela emergia da fonte, trazendo consigo a serenidade das águas e conversava com as irmãs, oferecendo conselhos e orientações. Em troca, as irmãs cantavam cânticos em sua honra e mantinham a fonte sempre limpa e adornada com as mais belas flores do jardim.

Um dia, uma jovem mulher chamada Clara chegou ao convento. Desesperada e sem esperança, ela buscava redenção e um novo começo. Na primeira noite de lua cheia após sua chegada, Clara foi atraída pelo suave som das águas da fonte. Lá, ela encontrou Salacia, que a acolheu com um sorriso e ouviu sua história com atenção.

Salacia, com sua voz suave como o murmúrio das águas, disse a Clara: "Minha querida, a pureza que procuras está dentro de ti. Permita que estas águas lavem não apenas o teu corpo, mas também tua alma. Encontra aqui a paz que tanto desejas." Clara seguiu o conselho de Salacia e, ao mergulhar suas mãos na água da fonte, sentiu um alívio imediato. Suas preocupações se dissiparam e ela encontrou a força para recomeçar.

Desde então, a fonte da máscara tornou-se um símbolo de renovação e esperança para todas as irmãs e visitantes do convento. Cada um que bebia ou se lavava naquelas águas saía transformado, carregando consigo a sabedoria e a paz que Salacia oferecia.

Hoje, o Convento das Convertidas foi transformado em um belo hotel, mas a fonte da máscara permanece no jardim, como um tributo ao seu passado místico. Os visitantes são encorajados a conhecer a lenda de Salacia e a se deixar encantar pelo ambiente mágico do lugar. Assim, a tradição de renovação e esperança continua a prosperar, conectando o passado ao presente de forma harmoniosa e inspiradora. Aqui surge a inspiração desta obra.

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