Diana e Actéon, (1604), Museu do Louvre
Um incidente recente numa escola francesa provocou um amplo debate sobre a adequação de exibir obras de arte nuas num ambiente educacional. A polêmica gira em torno de uma pintura renascentista do século XVII de Giuseppe Cesari, em exposição no Museu do Louvre, em Paris. Esta pintura, “Diana e Actéon”, datada de 1604, teria causado desconforto em alguns alunos quando exposta em sala de aula.
O incidente ocorreu durante um período de atividades gerais na escola Jacques Cartier, em Issou, envolvendo alunos de 11 e 12 anos. Para tornar a situação ainda mais complexa, houve alegações não verificadas de comentários islamofóbicos por parte do professor que apresentou a pintura, embora estas alegações sejam negadas pela direcção da escola.
Em resposta ao evento, os funcionários da escola entraram em greve. Expressaram preocupações sobre a difamação, o aumento dos incidentes de hostilidade contra o pessoal e os desafios ao princípio do secularismo. Esta posição foi expressa numa carta enviada aos serviços de Educação Nacional franceses, sem no entanto mencionar explicitamente o incidente com a pintura de Cesari.
A situação piorou quando Gabriel Attal, o Ministro da Educação francês, visitou a escola em 11 de dezembro. Ele disse que os alunos afetados seriam disciplinados e desde então a escola foi reaberta.
A controvérsia ecoa um incidente semelhante no início deste ano, envolvendo o diretor de uma escola da Flórida que renunciou após a exposição da escultura nua de Michelangelo, "David". O incidente deu origem a um acalorado debate sobre como a história da arte deveria ser ensinada nas escolas e levou o Departamento de Educação da Flórida a reconhecer oficialmente o valor artístico da escultura.