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Átomo_Galeria de Arte Contemporânea

Voltar para a lista Adicionado dia 3 de mar. de 2008

Colectivas:
1987 - Centro de Arte de S. J. Madeira
1998 - Museu da FBAUP
2000 - “Exposição finalistas
2000 - Faculdade Belas artes da Universidade do Porto” na Biblioteca Municipal de Santa
Maria da Feira
2000 - I Bienal Pintura de Penafiel
2001 - XI Bienal de Arte de Vila Nova de Cerveira
2002 - Galeria do Palácio. Exposição Retro-expectativa Belas Artes - Erasmus.
2004 - III Bienal Pintura Arte Jovem de Penafiel


Individuais:
1998 - Espaço individual - Ol. Azeméis
1999 - Câmara Municipal Carregosa
2006 – Átomo- Galeria de Arte - Porto



Memória Descritiva


Este breve comentário situa e explica a evolução da minha investigação e do meu estudo.
Antes de fazer uma abordagem teórica dos elementos formais e compositivos que dominam os meus trabalhos, tenciono indicar em que ponto se situa a obra, a que se destina, ou seja o que represento e quais os objectivos, incluindo os pontos de partida e as referências em que me baseei.
Começei por desenvolver trabalhos de uma forma bastante futurista a nível formal, caracterizados por um espaço defenido pelo jogo de quadrados e rectângulos.

Inicialmente, despertaram-me a atenção o trabalho dos futuristas italianos pela maneira como traduziram o dinamismo no espaço, ou seja, ideologicamente consistiam na exaltação do futuro e nos novos mitos da sociedade moderna: a máquina, a velocidade e o movimento. Nomes como Boccioni, Balla, Carra, Severinni e Russolo entre outros, faziam parte de um grupo de artistas que introduziram o futurismo com o objectivo de traduzir e retratar a sociedade moderna, e o crescente aumento da produtividade, conseguido através das máquinas e da evolução rápida da sociedade em permanente movimento. Se pensarmos no presente, a evolução é ainda mais acelarada.

As obras de Vieira da Silva e D'Assunção despertaram-me também algum interesse pela forma como tratavam o espaço. Vieira da Silva tinha como referência Friez e Bissière, no entanto a forma base que dominou grande parte das suas obras foi o quadrado (pequenos quadrículos) porque esta era, e é, a forma ideal para caracterizar o espaço.
Reconheço que tenho uma obcessão pela forma quadrada, não sei ao certo porquê, sinto que esta me tranquiliza e me traz segurança para poder continuar a utilizá-lo, talvez pela sua simbologia de perfeição.

Senti-me na obrigação e na necessidade de procurar uma linguagem globalizante que caracterizasse todo o conjunto de ideias acerca do espaço, do mundo e do cosmos para dar lugar apenas a um ambiente que correspondesse ao espaço universal que me é desconhecido e que me questiona infinitamente.

Lembrei-me de consultar o trabalho de Piet Mondrian e de Joseph Albers, na questão da organização do espaço através da forma quadrada e mais precisamente em Mondrian pela sua simbologia.
Continuava interessado pelo dinamismo e pela composição do espaço, o que me levou a traduzir o movimento fazendo vibrar as formas através do ritmo e da repetição, e do emprego de linhas descontínuas.
Jesus Rafael Soto também trabalhava no sentido de conseguir um jogo de vibração no espaço organizado por quadrados em alto relevo proporcionando a ideia de movimento quando o espectador, fixando o olhar na obra, se deslocasse. Mas esta referência distancia-se dos meus objectivos teóricos e filosóficos visto que a preocupação fundamental de Soto passava por assuntos que diziam respeito à percepção visual e à ilusão de óptica.
Quando estudei toda a simbologia do quadrado, esta abriu-me portas para associá-lo ao círculo, à cruz e ao centro. São os elementos fundamentais para caracterizar o mundo, o cosmos, o universo, o desconhecido infinito que ainda transcende todo o pensamento humano. Segundo Guillaume de Champeaux, filósofo francês do séc. XII, defendia a realidade efectiva dos conceitos gerais na questão dos universais. Este, juntamente com Pierre Abélard seu discípulo, defendiam o conceptualismo - saber qual a verdadeira natureza da realidade: se a ideia geral ou conceito, se o objecto particular.
Aproveitei o estudo da simbologia das formas destes filósofos - pioneiros do conceptualismo - para me orientar e construir as minhas ideias sobre essas bases.

O meu objectivo é, com a combinação destes elementos, transpor a minha realidade e o meu espaço em analogia com outro simbolicamente universal. Quero também associar a este conjunto de ideias, traduções de “caracteres” (escrita) realizados através da informática, que traduzem um espaço virtual da composição do trabalho. Esta linguagem informática traduz, além de um mundo virtual, um espaço de vanguarda face à actual realidade do homem.

É importante focar aquilo que mais me interessou acerca da simbologia das cores e das formas (azul, verde, cinzento; o quadrado, o círculo, a cruz, o centro).



Pedro Maia

Artmajeur

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